Crise da modernidade
* Principais ícones da Modernidade para Bauman em “A sociedade individualizada”: 1) A fábrica fordista, que reduzia as atividades humanas a movimentos esteriotipados, rotineiros, planejados, mecânicos e inquestionáveis, mantendo afastada toda espontaneidade e iniciativa individual; * Bauman caracteriza esta fase como “Modernidade Sólida” justamente devido a referência às grandes indústrias e fábricas resultantes da Revolução Industrial, cujo nome ele batiza de “sociedade dos produtores”, em oposição ao momento contemporâneo, que nomeia “Modernidade Líquida”, do capital flutuante que circula extraterritorialmente e virtualmente na “sociedade dos consumidores”. * 2) A burocracia, em que as identidades e os laços sociais dos funcionários eram invisíveis, de modo que apenas o comando dado e o livro de estatutos pudessem guiar as ações dos internos enquanto lá estivessem; * 3) O Panóptico, com suas torres de vigilância e suas prerrogativas disciplinares; * 4) E por fim, o campo de concentração. * Os panópticos já não são mais necessários em sua versão “velha e pesada”, e também não faz sentido assumirem uma versão leve e “high-tech”, pois é o discurso da liberdade em sua expressão associada ao mercado consumidor que tem o poder de evocar e controlar toda a conduta humana necessária para manter a economia global em movimento. * A grande tragédia da modernidade foi justamente a perda do potencial de autoconstituição do sujeito iluminista, que no anseio de alcançar todo possível através da razão não conseguiu manter o controle sobre os feitos de suas descobertas, e acabou se perdendo pelo caminho encontrando no consumo e no mercado seus novos senhores. * Há uma mudança radical na direção da auto-afirmação e da responsabilidade do indivíduo. Essa alteração tem sido refletida na mudança do discurso ético-político que enfatiza o direito dos indivíduos serem diferentes e escolherem à vontade seus próprios modelos de