crioulo
Existem presentemente três teorias acerca da formação do crioulo cabo-verdiano.2 A teoria eurogenética defende que o crioulo foi formado pelos colonizadores portugueses, numa simplificação da língua portuguesa de modo a torná-la acessível aos escravos africanos. É o ponto de vista de alguns autores como Prudent, Waldman, Chaudesenson, Lopes da Silva. A teoria afrogenética defende que o crioulo foi formado pelos escravos africanos, aproveitando as gramáticas de línguas da África Ocidental, e substituindo o léxico africano pelo léxico português. É o ponto de vista de alguns autores como Adam, Quint. A teoria neurogenética defende que o crioulo formou-se espontaneamente, não por escravos nascidos no continente, mas pela população nascida nas ilhas, aproveitando as estruturas gramaticais inatas com as quais todo o ser humano nasce. É o ponto de vista de alguns autores como Chomsky, Bickerton, que explicaria porquê que os crioulos localizados a quilómetros de distância apresentam estruturas gramaticais similares, mesmo sendo de base lexical diferente. O melhor que se pode dizer é que nenhuma dessas três teorias foi concludentemente provada.
Segundo A. Carreira,3 o crioulo cabo-verdiano ter-se-ia formado a partir de um pidgin de base lexical portuguesa, na ilha de Santiago, a partir do Séc. XV. Esse pidgin seria depois transposto para a costa Ocidental da África através dos lançados. A partir daí, esse pidgin teria divergido em dois proto-crioulos, um que estaria na base de todos os crioulos de Cabo Verde, e outro que estaria na base do crioulo da Guiné Bissau.
Cruzando documentos referentes à colonização das ilhas com a comparação linguística é possível conjecturar algumas conclusões. A propagação do crioulo cabo-verdiano nas diversas ilhas