CRIOPRESERVA O DE GAMETAS MASCULINOS E FEMININOS

1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, a criotecnologia tem conquistado grande destaque tanto na medicina reprodutiva humana quanto na reprodução animal, seja através da criopreservação de embriões; células germinativas masculinas ou femininas ou mesmo através da criopreservação de tecido gonadal como ovário.
A criopreservação consiste na conservação do material biológico, por tempo indefinido, a temperaturas negativas, para que quando descongelado, o material biológico possa prosseguir seu desenvolvimento normal.
A temperatura em que é realizada a criopreservação é conhecida como “temperatura criogênica”, isto é, temperatura extremamente baixa na qual os gases encontram-se liquefeitos à pressão atmosférica. Essa temperatura é obtida com o nitrogênio líquido, cuja temperatura é de -196 °C, ou em sua fase de vapor, na qual a temperatura varia em função da distância entre a amostra e o nível de nitrogênio líquido. À temperatura criogênica, todas as reações químicas, processos biológicos, bem como as atividades intra e extracelulares estão suspensas, portanto, teoricamente, uma célula ou tecido podem ser mantidos criopreservados indefinidamente. Porém, para isso, é necessária a utilização de um agente crioprotetor (ACP) na composição da solução de criopreservação, cuja concentração depende do método de criopreservação empregado.
Atualmente, 15 em cada 100 casais, em idade fértil que desejam um filho, apresentam dificuldade em alcançar uma gravidez. Em metade desses casais, a causa da infertilidade decorre de um fator masculino isolado ou associado a outros fatores femininos.
As indicações de criopreservação de espermatozoides foram amplamente expandidas pelas recentes aplicações na reprodução assistida, nas quais espermatozoides imóveis, mas com viabilidade preservada, possam ser utilizados para fertilizar oócitos por meio da injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI). Este procedimento permitiu aos homens com poucos espermatozoides no ejaculado ou àqueles