Criminologia: proibição das drogas e preconceito
"Tem tudo a ver com violência. Você pega o número de filhos por mãe na Lagoa Rodrigo de Freitas, Tijuca, Méier e Copacabana, é padrão sueco. Agora, pega na Rocinha. É padrão Zâmbia, Gabão. Isso é uma fábrica de produzir marginal", Sérgio Cabral defendendo a legalização do aborto como solução à criminalidade.
A pobreza e a criminalidade são sempre associdadas como se andassem juntas na sociedade. Onde tem o pobre, é visto o potencial criminoso. É corriqueiro ouvir que são os pobre quem cometem crime por que mais precisam ou por que não tem oportunidade. Se lançarmos um olhar menos preconceituoso, logo enxergamos que não é a pobreza que produz a criminalidade. Os pobres é que são criminalizados em todo momento histórico, sejam quais forem os motivos.
É importante ressaltar também que a “pobreza” e o “criminoso” no Brasil tem um perfil específico: os negros. Não à toa o combate ao uso da maconha no Rio de Janeiro, primeira cidade do mundo a ter lei que proíbe a erva, era de responsabilidade da mesma delegacia que combatia o candomblé, a capoeira e as manifestações culturais negras. E pra não acharmos que isso é exclusividade do passado e de políticos desinformados da época: da mesma forma que se proibiu o samba e essas culturas negras antigamente, até 2009 era proibido o funk no Rio de Janeiro. Claro que a lei era pro estado todo, mas a atuação da polícia nesse sentido se restringia às favelas. Na Zona Sul, era possível curtir um bom funk sem problemas.
O resultado dessa dessa seletividade na hora de criminalizar? São os negros, principalmente os jovens, que compõem o perfil do encarcerado nos superlotados presídios brasileiros.
“Direitos humanos aos humanos direitos”
As favelas não possuem indústria de armas e não produzem drogas, mas ali é o epicentro do combate ao tráfico. É ali que são gastos milhares de reais e milhares de vidas na guerra às drogas, como se dali viesse o