Crimes Econômicos

O crime econômico tem como característica principal afetar um bem jurídico supraindividual, difícil de ser precisamente identificado, ele atinge um número indeterminado de vítimas que não são especificadas. Um crime econômico pode atingir a sociedade como um todo, ou uma comunidade local, um grupo de acionistas ou clientes, isto é, o bem jurídico prejudicado é coletivo e difuso. O crime também pode ser praticado contra a ordem econômica, contra as relações econômicas, ou o que é economicamente regulado pelo Estado, que são bens abstratos e que também causam consequências para uma coletividade de pessoas. Geralmente ocorrem dentro de uma alguma estrutura jurídica, seja uma empresa, órgãos públicos, uma agência reguladora, mas isso não é uma necessidade pra se caracterizar o crime econômico. Por causar danos coletivos, é um tipo de delito de alta danosidade que faz muitas vítimas, dependendo da magnitude pode até mesmo causar uma crise sistêmica. Há também a dificuldade de se identificar o criminoso ou mesmo provar o ilícito, pois esse tipo de crime é bem mais complexo que crimes comuns e envolve técnicas sofisticadas, além da difícil identificação do bem prejudicado e de quem é o autor do ilícito, podendo ser uma pessoa física escondida por trás de uma estrutura jurídica, ou mesmo ser impossível individualizar a denúncia a uma única pessoa. O termo crime de colarinho branco foi primeiramente utilizado pelo sociólogo Sutherland. Os crimes de colarinho branco são ilícitos praticados por pessoas influentes, de alto poder econômico ou político, que têm cargos ou posições privilegiadas, e são vistos de forma honorífica na sociedade, nesses crimes há uma quebra de confiança por parte do autor, do qual não se esperaria um comportamento ilícito. O crime do colarinho branco desmente a ideia de se relacionar o crime à pobreza e a um marginalismo social, seus agentes são pessoas de alto poder econômico e nível educacional, agem de forma mais racional que outros tipos