Crime e violencia
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Violência, crime e jovens empobrecidos
Antonio Mateus de Carvalho Soares* Nas primeiras acepções sobre violência e crime é importante evidenciar que existe uma linha tênue entre crime e violência, todo crime é uma violência, mas nem toda violência é um crime. A definição de violência mostra-se ampla e ao mesmo tempo passível de uma delimitação. “A atual Violência que se manifesta na sociedade brasileira só parcialmente pode ser identificada com criminalidade” (Damacena, 2001, p. 48). Ao referirmos ao atual contexto brasileiro, percebe-se que não há apenas a violência, mas às violências, onde uma conecta-se com outra formando um complexo de hostilidades sociais. A violência não é apenas o ato de matar, espancar ou estuprar, é uma agressão, um constrangimento físico e moral, um produto da desigualdade social que também pode ser entendida como a situação de miserabilidade que vive alguns seres humanos. A desigualdade, a exclusão, a má qualidade de vida, além de condicionantes geradores podem ser considerados como a própria violência. As condições precárias de sobrevivência estimulam uma frustração contínua de uma ‘vida inviável’, onde o indivíduo parece não ter expectativa de um futuro digno, sem aspirações para o viver futuro, pois essas vão escasseando-se com o insucesso de tentativas falhas: ao procurar um emprego, ao tentar oferecer uma vida melhor a seus familiares, tentativas de melhorias de vida que nem sempre são acompanhadas de bons resultados. O indivíduo passa a ser violentado socialmente, por não ter acesso ao ‘social formal’- educação, saúde, emprego, lazer, direitos não atendidos. Levando o indivíduo a um estado de negação permanente, o que se configura como estimulantes ao cometimento de