Crime e desvio
Anthony Giddens é um sociólogo britânico, renomado por sua ‘Teoria da estruturação’. Considerado por muitos como o mais importante filósofo social inglês contemporâneo, figura de proa do novo trabalhismo britânico e teórico pioneiro da Terceira Via, tem mais de vinte livros publicados ao longo de duas décadas.
Os indivíduos que não se encaixam naquele conceito que a maioria das pessoas tem de padrões normais de aceitabilidade são chamados desviantes, pois se recusam a viver de acordo com as regras seguidas pela maioria de nós. O conceito e desvio é bem mais amplo do que o de crime, o qual se refere apenas a uma conduta não-conformista que infringe uma lei. Diversas são as abordagens que têm exercido influência dentro da sociologia do desvio: as teorias funcionalistas, as interacionistas, de conflito e de controle. A princípio, acreditava-se que os criminosos podiam ser identificados por certas feições anatômicas e estes eram biologicamente degenerados ou defectivos. Alguns indivíduos podiam ter uma propensão à irritabilidade e à agressividade, o que poderia refletir em crimes com agressão física. Outras teorias, buscam explicações para tal comportamento, dentro do indivíduo e não na sociedade, relacionando aos tipos de personalidade de cada um. Eysenck sugeriu que os estados mentais anormais seriam hereditários e poderiam predispor um indivíduo ao crime, e que isto ainda, desenvolveria uma personalidade amoral ou psicopática. Os psicopatas são pessoas retraídas, que não demonstram emoções e que agem impulsivamente e raramente experimentam sensações de culpa. Estas teorias, chamadas positivistas por natureza, atribuem a causa essencialmente ao indivíduo, e explicam ainda, somente alguns aspectos do crime, não atingindo o âmbito geral. Já para as teorias funcionalistas, o crime e o desvio são resultados de tensões estruturais e de uma falta de regulação social dentro da sociedade. Para Durkheim, o