CRIME DO SECULO
Bruno Richard Hauptman, simples carpinteiro imigrante alemão, é a personagem principal do drama relatado no filme. De forma surpreendentemente acidental Hauptman vê-se envolvido no sequestro do bebê Lindbherg e a partir daí desenvolve-se toda a trama caracterizada pelo confronto entre a angústia de um homem em sua luta para provar inocência e a comoção de toda uma Nação na ânsia para encontrar e punir os responsáveis pelo crime.
O filme mostra com clareza a condução do processo pelo Promotor de Justiça, David Wilentz, que inicialmente investigativo passa a tomar contornos de verdadeira armadilha para a imputação de culpa a Hauptman que jura inocência desde o início. A manipulação das provas materiais contra Hauptman (exame grafotécnico e pericial de objeto do crime) aliada à condução das provas testemunhais levam ao que seria o erro judiciário do século naquele País.
O filme torna-se emblemático por vários aspectos jurídicos que envolvem o caso mas talvez o mais importante seja a influência que a paixão nacional pode exercer sobre um julgamento de relevo. A pressão exercida sobre os órgãos de apuração, acusação e julgamento pode acabar provocando o desrespeito aos mais basilares princípios de Direito e a consequente ruína da concretização da Justiça.