Criação de um conto a partir de uma foto e de um foco narrativo determinado.
DEPARTAMENTO DE LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
LICENCIATURA EM LETRAS
Análise e Interpretação do texto literário
Profº Fábio Andrade
Aluna: Elizabhett Costa
Gênero Textual: Conto
Foco narrativo: Onisciência seletiva.
Entorpecida
Dormente. Se quiseres saber, era assim que ela se sentia. Depois de ter sentindo tanta dor que nem reagir conseguia mais. Nem conseguira, naquele dia, se levantar da própria cama. Tentou arrancar da própria dor a cura, incansavelmente procurou por uma solução, contudo, com todas as frustrações possíveis, se calou e percebeu que esse sentimento dilacerante permaneceria como facadas diárias. O amor tem dessas coisas, afinal ele nunca vem sozinho. Aprendeu que o amor constrói tudo, também aprendeu que na mesma medida pode ser destrutível, fazendo viver sob os escombros de uma demolição. Para a garota, viver não era exatamente a palavra correta. O correto seria sobreviver. Ela havia achado essa palavra e estava convivendo, comungando com ela. Agarrou-se a sobrevivência, e da sobrevivência vivia. Sob os escombros da demolição, se perguntava como era possível seu coração parar de bater e ainda possuir forças para tentar respirar, continuar vivendo? Foi exatamente assim que aconteceu com ela desde que tudo acabou mesmo sem terminar nada... Perdera todas as funções do corpo, parecia que vivia em um coma, não sabia mais distinguir o que era real do que poderia ser pesadelo. Quando olhou pela primeira vez aqueles olhos cor-de-mel, três anos atrás, não conseguiu pensar em mais nada. Viu-se refletida neles e não quis mais se ver em qualquer outro olhar. Do nada havia percebido que, de alguma forma, se reconhecera. Assustou-se. Cambaleou vacilante, desviando o olhar. Sorriu para disfarçar. Nesse exato momento ela havia conhecido o que de longe convivia, de perto mais temia: A sua fraqueza. A pior de todas às que possuía. Dentre tantas coisas que ela deveria saber, só sabia