Criação cultural, engajamento e dogmatismo: reflexões a partir de Graciliano Ramos
Criação cultural, engajamento e dogmatismo: reflexões a partir de Graciliano Ramos
Criação cultural, engajamento e dogmatismo: reflexões a partir de Graciliano Ramos
Denis de Moraes
O Texto expõe três quadros cíclicos que afirma ser o relacionamento entre a política e a intelectualidade no Brasil, o primeiro é a cooptação de segmentos da elite pensante pelo poder do estado, o segundo é a contestação de escritores e artistas as estruturas hegemônicas, e o terceiro é a interferência do estado na criação cultural.
O autor afirma que os intelectuais oscilaram entre defender as metas do governo, engajando-se nos serviços públicos, e aderir as causas das populações ingressando na imprensa. Graciliano afirmava que havia uma diferença entre os intelectuais que contribuíam e os que se vendiam.
Empenhados em revelar e interpretar sentidos para a existência, os intelectuais procuram traduzir projetos individuais, anseios coletivos e utopias. Mas, quase sempre no olho do furacão, não escapam de percalços e turbulências. Ora vêem-se enredados pelos arranjos das classes dominantes para deter uma participação popular mais intensa nas mudanças sociais, ora enfrentam pressões para adequar seus propósitos a circunstâncias políticas. No curso dessas reviravoltas, o espaço de manobra oscila entre a proximidade com o aparelho do Estado, a insubmissão ao status quo e os dilemas para conciliar produção simbólica e ideologia. A geração de talentos artísticos de que fez parte o escritor Graciliano Ramos vivenciou contradições típicas de uma sociedade civil desorganizada e frágil, em face da qual o Estado se empenhava em sustentar as hegemonias. A meta era cultivar mitos e tradições dentro da visão burguesa, transmitindo-os às outras classes pelo sistema escolar e pelos meios de comunicação. Podemos assegurar essa tese nas palavras de Getúlio Vargas, em 1943 na Academia Brasileira de Letras, acreditava que era