Criatividade Cultural
A Antropologia tem assumido um papel de defesa irrestrita e incondicional dos povos, uma postura de defesa e preservação de acervos culturais que tem se encontrado ameaçados. Ela apresenta-se hoje como uma das ciências mais engajadas na defesa do direito das minorias e da construção de condições de preservação de acervos culturais particulares. Porém, essa vinculação da Antropologia com os diretos humanos nem sempre foi assim.
Na sua origem, a antropologia estabeleceu uma relação próxima, e por vezes perversa, de legitimação do empreendimento colonial europeu. A antropologia funcionava como uma ciência que conferia legitimidade às ações e às práticas do empreendimento colonial europeu, sobretudo no que diz respeito aos seus contatos interculturais.
A antropologia dava legitimidade a um processo de ocupação politica, de expropriação econômica e a um processo de marginalização cultural. Nessa época, a antropologia utilizou-se de um modelo teórico para interpretação das sociedades, chamado de Darwinismo Social, que tem como principal teórico o filósofo inglês Spencer. De acordo com esse pensamento, existiriam características biológicas e sociais que determinariam que uma pessoa é superior à outra e que as pessoas que se enquadrassem nesses critérios seriam as mais aptas, sobrevivera o que desenvolver melhor seus meios, suas forças adaptativas como em uma evolução natural.
A aplicação desse modelo teórico de interpretação das sociedades teve como efeito o surgimento de um eurocentrismo (tudo girava ao redor da Europa, todos os parâmetros eram os europeus e aquilo que não estivesse em consonância com estes deveriam ser levados a uma doutrinação evolutiva), que afirmou assim, a superioridade da civilização ocidental sobre as outras culturas que se encontravam em níveis inferiores de desenvolvimento, devendo assim, serem