crianças surdas que usam a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.
A linguagem é um dos aspectos que distingue o homem dos demais animais, e, na cultura social, a comunicação é fundamentalmente oralista, o que dificulta a comunicação entre ouvintes e não ouvintes. No conceito gerativista, a linguagem é a capacidade inata que todo falante-ouvinte possui para adquirir uma língua; partindo desse pressuposto acredita-se que surdos privados da experiência lingüística de ouvir a voz humana, não podem transitar com facilidade em línguas orais-auditivas. O contato da criança surda com outras crianças surdas e adultos surdos é essencial para que exista um input lingüístico favorável à aquisição da língua, permitido por um meio em imersão em uma língua de sinais, o que não faz a aquisição da oralização um obstáculo, senão um facilitador que auxiliará, em parte, sua integração social e escolar. As Libras, língua natural dos surdos, vêm ganhando prestigio gradativamente perante a educação; apresenta estrutura própria, tornando-se uma língua materna como qualquer outra. A partir das comunidades surdas, portanto, é possível fazer uma reflexão da importância da linguagem ser considerada um processo dinâmico construído coletivamente, não uma simples ferramenta para comunicação, mas um processo que permeia o desenvolvimento do homem.
INTRODUÇÃO
De acordo a estudos realizados ao longo do tempo, o processo de aquisição da linguagem em crianças surdas é semelhante ao processo de aquisição em crianças ouvintes, ou seja, obedece o período de maturação da criança que vai internalizando a língua do mais simples ao mais complexo. Tais pesquisas consideram crianças surdas de nascença, nascidos de pais também surdos, pois somente estas apresentam o input linguístico adequado à análise.
Mesmo sabendo que as línguas de sinais não são universais, cada país apresenta sua própria língua de sinais, cabe salientar que os sistemas linguísticos das mesmas apresentam-se independentes das línguas orais, sendo estes abstratos de regras