Crianças, filhas de pais separados: relaçoes de preconceito na escola
As transformações sociais do último século modificaram a dinâmica e a estrutura da família. A idéia de família como um grupo constituído por pais e filhos, a família nuclear, ou, de forma mais abrangente incorporando parentes próximos, está se transformando. A família tradicional, do início do século XX, está marcada pelo poder patriarcal em que o pai exercia sua autoridade sobre a mãe e os filhos. O processo de emancipação da mulher, principalmente a partir das três últimas décadas do século XX, modifica a família introduzindo novos arranjos e personagens familiares. É nessa época que o divórcio é institucionalizado e legalizado no Brasil e se propagam as famílias com pais e padrastos ou com a mulher como chefe de família. Nesse contexto, é que as transformações sociais, além de reverberar na família, reverberam, também, na escola. Por isso, este trabalho surge do interesse em aprofundar a relação entre a família e a escola. O objetivo maior é conscientizar os leitores e todos os profissionais da área da educação, de que hoje em dia o divórcio e a separação se tornaram cada vez mais freqüentes e esses casais desfeitos quase sempre têm filhos em idade escolar. Sendo assim, a escola tem a importante função de se adaptar às transformações da família, evitando a criação de estereótipos e a difusão de preconceitos sobre os filhos de famílias em que os pais são divorciados. Para tanto, esse trabalho se apóia na literatura especializada sobre os temas família e escola, consultando autores como: Engels (1964), que escreveu um estudo histórico sobre a evolução da família européia; Morgan (1979), Xavier (1998), dentre outros. De acordo com algumas pesquisas, acredita-se que essas crianças ainda são alvos de preconceito, uma situação cultural e constantemente repetida que pode trazer dificuldades no aprendizado e nas relações pessoais. O primeiro capitulo aborda a historia da família e suas