CRIANÇAS EM VULNERABILIDADE SOCIAL : Práticas Pedagógicas Libertadoras

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho de pesquisa intitulado CRIANÇAS EM VULNERABILIDADE SOCIAL : Práticas Pedagógicas Libertadoras surgiu de uma necessidade que sempre tive de compreender como se desenvolve o processo ensino-aprendizagem quando trabalhamos para e com crianças em situação de vulnerabilidade social.
Há aproximadamente um ano estou tendo a oportunidade de trabalhar em uma escola filantrópica de concepção construtivista chamada Remanso Fraterno. Fui contratada para o cargo de auxiliar administrativo, e, pelo fato de estar cursando o sétimo período do curso de Pedagogia na época de minha contratação, percebi neste emprego uma excelente oportunidade de acompanhar de perto a rotina escolar vista de outro ângulo, desta vez não como estudante, mas como parte do corpo de funcionários da escola. Seria uma forma de buscar contato direto com os alunos e com a prática docente, visto que não tinha experiência na área. Então, desde o início, aproveitei todas as oportunidades para estar próxima às crianças e conhecer a sua rotina, o que me tornou desde os primeiros contatos uma pesquisadora participante. Desenvolvi um papel ativo com os alunos através de aulas de crochê e tricô que eu ministrava como voluntária, acontecendo com a autorização da diretoria, uma hora por dia. Esta aproximação foi possível graças à curiosidade das crianças pelo artesanato que eu sempre levava comigo e as próprias crianças me pediram para que as ensinasse. Aceitei o desafio. Comecei a ensinar crochê e tricô para uma turma de 5 meninas, que rapidamente cresceu para 14 alunos, incluindo 3 meninos. Devido à necessidade de acompanhamento individual, dividi a turma em três grupos, dando as aulas em dias alternados. Surpreendentemente a assiduidade em nossos encontros era de 100%. Todos estavam interessados em aprender algo novo e em demonstrar suas habilidades. Eles ficavam orgulhosos em mostrar o produto de seus esforços para toda a escola, e, as turmas só não aumentaram porque eu não teria como