crianças autistas na escola
Inclusão de crianças portadoras de autismo na rede de ensino regular é essencial para o desenvolvimento de suas habilidades. Saiba como identificar o autismo infantil e o caminho certo para o desenvolvimento das crianças. A professora entra na sala no primeiro dia letivo na escolinha e a criançada, cheia de energia, conversa e brinca para aliviar as expectativas. A única exceção é um garotinho sentado na primeira fileira: calado, permanece o tempo todo com os olhos fixos em um ponto indetectável pelos colegas de classe. Até que, durante a aula, ele repentinamente se levanta e começa a passear pelo recinto. Ao tentar levá-lo para a carteira onde ele estava sentado, a professora é surpreendida com gritos, arranhões e pontapés. Em seguida, o silêncio. O menino fecha-se novamente em seu universo particular. Esse tipo de comportamento é comum em portadores de autismo e acaba escondendo suas habilidades criativas e intelectuais — as quais podem ser desenvolvidas com acompanhamento adequado e vivência escolar. Contudo, as reações aparentemente desconexas representam também uma das muitas dificuldades que oseducadores, pais e familiares encontram para inserir o autista na sala de aula. Quando bem-sucedida, a inclusão escolar traz benefícios à criança e às pessoas que convivem com ela.
Mais informação, melhor inclusão
“Inserir o autista na sala de aula é a melhor forma de estimular as capacidades do portador. Além disso, as outras crianças da turma aprendem a lidar com as diferenças e tornam-se adultos com menos preconceitos”, explica César de Moraes, coordenador do Departamento de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). “Devemos lembrar também o que é definido na Constituição: todo cidadão tem direito à saúde e educação. Partindo dessa premissa, o autista é um cidadão e o processo educacional é o mesmo”, completa Fábio Oliveira, da Associação Brasileira de Assistência e Desenvolvimento