Crianças abandonadas no brasil: um problema social ou político?
MIGRAÇÃO E DIFERENCIAIS DE RENDA: TEORIA E EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS*
Carlos Wagner de Albuquerque Oliveira** Roberto Ellery Jr** Danielle Sandi**
RESuMO:
A concentração dos fatores de produção afeta o padrão de desenvolvimento regional, mas a distribuição espacial desses fatores também depende do desenvolvimento da região. Esse aspecto circular determina a influência da oferta de bens e serviços sobre preços e salários que, por sua vez, interfere na oferta e demanda por mão-de-obra. Neste trabalho se discute a pertinência do uso de políticas de desenvolvimento regional como forma de reduzir as disparidades de renda entre as regiões brasileiras, com foco nas questões relacionadas à migração de trabalhadores. A discussão inicia-se com uma digressão histórica dos fluxos migratórios tanto em nível mundial quanto em nível de Brasil. Em seguida é feita um breve comentário de como os modelos teóricos abordam a questão da migração e como eles relacionam essa questão com os problemas de crescimento econômico. Faz-se uma rápida incursão pelas clássicas teorias do comércio internacional, observando como essas teorias abordam a questão do movimento de fatores de produção, suas respectivas remunerações e seus efeitos sobre o crescimento econômico. Encerra-se a discussão históricoteórica com um pequeno ensaio sobre o modelo desenvolvido em Matsuyama e Takahashi (1998) cuja finalidade é investigar a sensibilidade do índice relativo de padrão de vida para uma dada alteração na proporção da população de uma região em relação às outras regiões.
1 INTRODuÇÃO
É bastante divulgada a tese de que, no Brasil, o processo de concentração geográfica da produção e da renda em algumas regiões não se configura como uma nova tendência da economia brasileira, mas está imbricado com a história do
* Os autores agradecem os comentários de Luis Fernando Tironi, Alexandre Ywata de Carvalho e Carlos Wagner Albuquerque de Oliveira. ** Técnicos de Planejamento e Pesquisa da