Criança performer
Neste ensaio aponto algumas reflexões sobre a pedagogia teatral, seus conceitos e desafios. Os textos que subsidiarão são de Maria Lucia de Souza Barros Pupo, Para desembaraçar os fios (2005), e A criança performance, de Marina Marcondes (2010). Para Pupo, (2005) a pedagogia do teatro já foi e ainda é tema de recorrentes debates, quer na pedagogia ou nas metodologias de ensino. Para fomentar e esclarecer alguns pontos na discussão foi delimitado dois conceitos: o jogo teatral e jogo dramático. O jogo teatral se distingue em dois sistemas: um fluir contínuo e espontâneo, e outro com regras que garantem o equilíbrio e a participação dos jogadores. Busca o “fazer” bem feito. Para o desenvolvimento dos jogos é preciso foco, instrução e avaliação. A autora cita Spolim (2005, p. 219) ao falar da aprendizagem como fisicalização , de tornar reais os lugares, ações e objetos, influenciada por Stanislavski. O aluno tem no teatro a possibilidade de formação pessoal.
Jogo dramático, na versão inglesa é confundido por muitos, pelo seu radical grego drama, e diverge do francês. O jogo dramático inglês, como se denomina, aborda outros aspectos: o da brincadeira infantil, sem a intervenção do adulto ditando regras, trabalhando o como se infantil como o simples ato de brincar. Nesse jogo é interessante avaliar como a criança dá vida a seres e objeto, numa simbolização e representatividade de mundo. Manifesta a percepção do objeto que está representando, salta , corre, faz ruído como se fosse o próprio objeto. Dessa absorção total a criança transforma sua infantil brincadeira num jogo de faz de conta profundo, repleto de significados. Assim é o ator em sua transformação do como se. Ele empresta o corpo ao personagem, num contínuo trabalho de fazer presente o ausente. Pupo (2005) traz a observação do pensador Peter Slade que defende a dramatização e não o teatro sem si, e sua contribuição para educação. O ensino artístico com profundidade