Criados para o medo
Como bons filhos do medo, tememos até mesmo a liberdade, pois o medo impõe um limite atroz, e por isso desconhecemos a liberdade. Medo de morrer, medo da velhice, medo da doença, medo de perder o que foi conquistado, medo de promover mudanças na vida, por isso preferimos a mesmice, medo do desconhecido. Medo de encarar um novo desafio e perder tudo. Medo de ter que começar tudo outra vez. Medo! Medo! Medo! Onde há o medo, não pode haver sabedoria, dizia um filósofo antigo. Não sabemos mais viver sem medo e sem disseminar o medo. Seja através de uma chinelada no filho ou um olhar ameaçador. Tem até quem pense que só respeitamos aqueles a quem tememos. É por não saber fazer se respeitar de outra forma, que o ditador impõe o medo e alguns pais usam o chinelo. Quanta ausência de sabedoria!
Tudo isso, porque ao invés de criar a cultura da felicidade e ensinar aos filhos como fazer bom uso da liberdade, por falta de sabedoria, criamos a cultura do medo. E hoje, por mais que uma mudança no paradigma da educação seja necessária, tememos a mudança. Foram séculos e mais séculos de educação pelo medo. E, com isso, a liberdade, em pessoas despreparadas para ela, tomou caminhos tortuosos. Tudo isso porque a liberdade na cultura do medo foi afastada, extirpada como se fosse um grande mal. O desafio é grande, acabar com a cultura do