criacao mundo lloyd
David Martyn Lloyd-Jones
Chegamos agora à doutrina da Criação propriamente dita, ou seja, como geralmente a consideramos. Temos, de fato, tratado dela dentro da doutrina sobre os anjos, onde vimos que Deus criou tanto os céus quanto a terra; e agora estamos focalizando a criação da terra e de tudo quanto nela existe.
Quando nos aproximamos desta doutrina, há certos pontos gerais que precisam ser considerados. Primeiramente, não nos foi dado um relato ou filosofia sobejamente detalhada da Criação, e no entanto alegamos que o relato que nos foi dado é perfeitamente acurado. A
Bíblia alega que o relato é de Deus. Lemos em Hebreus 11:3: “Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.” Deus transmitiu a Moisés ou a algum outro um relato da Criação; portanto, esse relato não consiste de idéias ou teorias humanas. Entretanto, o relato bíblico não alega explicar tudo.
Em segundo lugar, devemos estar esclarecidos sobre o significado da Criação. Ela tem sido definida como “Aquele ato soberano de Deus por meio do qual Ele... no princípio trouxe à existência o universo visível e invisível, sem o uso de materiais preexistentes, e assim imprimiu-lhe uma existência distinta da existência dEle e, contudo, sempre dependente dEle” (Berkhof). Ora, esta é a nossa defesa contra outras teorias que têm sido postas em evidência. Há quem creia que a matéria é inerentemente eterna; enquanto que outros crêem na geração espontânea da matéria, bem como em seu desenvolvimento espontâneo.
Outros pontos de vista consistem em que Deus simplesmente deu forma à matéria já existente, ou que a matéria é apenas uma emanação da substância divina. O panteísmo ensina que a matéria é apenas uma forma de Deus — que ela é Deus. Em contrapartida, os que crêem no dualismo afirmam que Deus e a matéria são eternos; enquanto que alguns ensinam que o mundo foi produzido por um espírito antagônico, outro deus