Creche Escola Professora Wanda Paim
Eva Lavallière era a cantora, dançarina e atriz mais famosa, não só na França, mas no mundo inteiro, no fim do século XIX e princípio do século XX. Nada lhe faltava: dinheiro a jorros, um dourado palácio em Paris, ricas jóias, vestidos elegantes, carruagem puxada por quatro cavalos e até automóvel, coisa raríssima nessa época. Percorria os teatros da França, Alemanha e Inglaterra a cantar e representar. Os reis e os grandes do mundo aplaudiam-na e cumulavam-na de prendas. Até o rei Dom Carlos de Portugal, ao visitar Paris, a foi ver e aplaudir. O seu nome e o seu talento andavam nos jornais, nas revistas e nas atitudes e objetos de luxo. Eram penteados e vestidos “à Lavallière”, eram perfumes e lenços “à Lavallière”. Todo o mundo da vaidade falava dela. Eva deixou-se tragar no mar largo das paixões e vícios. O mundo empresarial inundava-a de dinheiro e ela vivia com o fausto de rainha num palácio nos Campos Elíseos, em Paris. Apesar de tantos triunfos, sentia-se triste e insatisfeita. Em 1914, durante a primeira guerra, dá espetáculos em Londres. Certa noite, durante um baile em que é alvo das atenções, desaparece repentinamente sem ser notada. Dirige-se ao rio para se afogar. ”É o momento de acabar com tudo - suspira. E quando já ia atirar-me à água, um homem a poucos passos acende um cigarro”. Foge para não ser reconhecida e assim escapa à morte. A 26 de Maio de 1917 dirige-se para a região de Tours, onde aluga uma casa para passar as férias e preparar o repertório que há de representar na América. Acompanha-a Leônia, uma jovem belga, que a guerra atirou para as ruas de Paris e que ela tomou para amiga e dama de companhia, inseparável até a morte.