CRASH No Limite
Mostra diversos ângulos da intolerância racial, seja ela pela cor, pela origem, pela religião, pela condição social. Deixa evidente o quão difícil é a convivência social entre essas pessoas que, por dias, noites, horas, minutos e segundos, fazem do preconceito a sua razão de viver. São capazes de se posicionarem sempre na defensiva e reagem de forma totalmente imprevistas, até mesmo no pressuposto de que venham a ser vítimas de atos discriminatórios e ou atos de intolerância.
O que nos é apresentado, dá bem uma ideia do quanto as pessoas se mantêm na defensiva e experimentam reações antes mesmo que se lhe desfechem a ação. Tal reação antecipada, pode provocar uma ação totalmente diferente daquela prevista inicialmente, justamente pela incapacidade das pessoas de exercerem com maior intensidade a sua dimensão de tolerância e reação ao imprevisível. As reações são por vezes, fruto exclusivo da defesa inconsequente e suas consequências não são mensuráveis e muito menos previsíveis.
No desenvolvimento de nosso estudo sobre os processos da Ação Social, temos no filme aspectos que nos levam a diversas reflexões que explicariam os acontecimentos ali vividos e que, a cada ação, desencadeia uma reação cuja extensão ultrapassa limites totalmente incontroláveis e imprevisíveis.
A ação desses processos reacionários, leva as pessoas a um total descontrole de suas ações, seja em consequência da vergonha a que foram expostos, seja pela incapacidade de reagir no momento em que ela ocorreu. O resultado é um comportamento totalmente imprevisível e condicionado pela atmosfera determinada pelo ambiente em que a ação se desenvolve e que leva a comportamentos totalmente distintos do normal e do aceitável.
A ação relacionada com a conduta dos dois jovens adolescentes objetos de abordagem do filme, pode muito bem exemplificar uma situação de intolerância racial. Pelo comportamento discriminatório a que foram expostos, no restaurante em que se encontravam, foi