Crack
Paulo Roberto é professor da UFMT/ROO – bororop@terra.com.br
Crack: um problema de saúde pública
O crack vem se espalhando pelo país e já se transformou num dos principais problemas para a maioria dos municípios brasileiros. Uma pesquisa que foi feita pela Confederação Nacional de Municípios CNM, ouviu 4.400 das 5.563 prefeituras do país, e conclui que para 63,7% delas, o crack já causa problemas extras para os serviços públicos de saúde. Dos municípios consultados, 58,5% informaram que a circulação do crack e de outras drogas também tem provocado problemas preocupantes na segurança, enquanto 44,6% responderam que o serviço de assistência social é outra rede que foi afetada seriamente.
De acordo com a pesquisa, o aumento da violência, onde se pode destacar a crescente incidência de estudantes armados nas escolas (públicas e particulares), é um dos principais problemas.
Outros motivos de preocupação para os municípios são a falta de estrutura para atendimento de dependentes e de recursos para prevenção, tratamento, reinserção social e combate ao tráfico. A omissão dos governos federais e estaduais é um das principais causas dessa situação, que acaba sobrecarregando os municípios, que são obrigados a assumir a responsabilidade de combater o crack e os problemas decorrentes do seu consumo.
A pedra maldita já provoca uma epidemia de homicídios no país, e suas principais vítimas são jovens de 15 a 24 anos, especialmente no Nordeste.
As pessoas têm de saber que é uma droga muito sedutora e prazerosa, mas capaz de criar uma dependência química sem relação com outras drogas. O usuário não pode cair na visão ingênua de que vai conseguir fazer uso controlado do crack, pois a chance disso acontecer é quase nula.
A timidez do apoio do Estado à política de atendimento aos usuários tem de acabar, e ele precisa enfrentar o