Crack e seu perfil
Na transição para os anos 80, porém, a substância voltou a ganhar destaque entre as sociedades ocidentais, como uma droga glamorizada, sintonizada ao ambiente workaholic dos grandes centros urbanos7. Este contexto, no qual a cocaína se tornara a principal atração, foi contrastado menos de dez anos depois, pelo surgimento do crack. Essa apresentação, ao contrário da anterior, disseminou-se especialmente em locais socialmente excluídos, tendo os meninos em situação de rua e os usuários de drogas injetáveis (UDIs) seus principais adeptos8. Tal mudança foi rapidamente detectada pelos serviços de atendimento 9,10, bem como pela mídia leiga11. Em meados dos anos 90, os usuários de cocaína e crack passaram a ser o grupo de usuários de drogas ilícitas que mais procuravam tratamento nos ambulatórios e serviços de internação para dependência de substâncias psicoativas9.
Devido a esse fenômeno, diversos estudos acerca do tema foram publicados durante o período acima mencionado. No entanto, pouco se sabe sobre o perfil dos usuários dessa substância.