Crack um desafio social
Somente para se ter uma visão panorâmica do problema, que normalmente chega ao Ministério Público e ao Poder Judiciário em suas feições mais graves, diga-se que os processos penais têm sentido como nunca a chegada do crack. Não somente naquelas ações em que são acusados os traficantes, quando são apanhados, mas também em todos aqueles processos em que as vítimas somos todos nós, sociedade em geral, pois uma boa porcentagem dos furtos em residências e veículos e também dos assaltos tem na necessidade de custear o vício do crack a sua causa principal.
Mas é na área da Infância e Juventude que a questão do crack alcança suas conseqüências mais tristes. Há poucos dias, o Conselho Tutelar de Palmeira das Missões encaminhou o Ministério Público um relatório sobre o que se tem visto nos bairros mais pobres da cidade: adolescentes devastados pelo vício, morrendo um pouco a cada dia, a olhos vistos. Nas tardes que são destinadas às audiências de atos infracionais – nome que se dá aos crimes, quando são praticados por adolescentes – seguidamente nos temos deparado com uma porcentagem de 100% gerada pelo vício do crack.
E o que temos feito para combater o problema? O que é necessário fazer?
Com certeza, diante de uma droga de tão devastadoras conseqüências, que somente há pouco começou a penetrar nossa cidade e que criou problema desse patamar, não serei eu quem terá a pretensão de dar uma receita pronta. Mas algumas coisas que podem ser