Cozinha carioca
O Rio de Janeiro foi capital do Brasil durante o período de 1763 a 1960, quando o governo foi transferido para a recém construída Brasília. A transferência da capital Salvador para o Rio de Janeiro aconteceu principalmente pelo fato do porto escoar produtos e minérios para Portugal. A corte portuguesa chegou à Bahia de Guanabara no ano de 1808, o exílio prolongado foi consequência das guerras napoleônicas e perdurou por 13 anos. A chegada repentina de milhares de portugueses representou um aumento substancial da população do Rio (talvez um aumento de 10 mil pessoas: cortesãs, cirurgiões, confessores, damas de companhia, encarregados do guarda roupa do rei, cozinheiros, juízes, padres, militares e suas extensas famílias). Este fato transformou não só a vida da província como também sua gastronomia. D João VI instalou um novo padrão de vida na cidade e produziu uma verdadeira revolução no saneamento, arquitetura, hábitos e costumes; sendo que um dos mais imperiosos hábitos era o “prazer á mesa”. Em pouco tempo, as encomendas de carne bovina, suína e avícola, batatas e mandiocas eram trazidas de estados vizinhos para abastecer a corte. Com as embarcações portuguesas foram trazidos azeites, frutas secas, frios, defumados, conservas e outros insumos, como também as técnicas e métodos de cocção que passaram a fazer parte da gastronomia carioca. As mudanças agregadas à culinária local provocaram uma revolução nos sabores, perpetuando a herança portuguesa. O Rio de janeiro é palco do samba e berço da boemia, compartilhado a essas tradições estão os quitutes e petiscos servidos nos inúmeros botecos centenários da metrópole: bolinho de bacalhau, empadinhas, pastéis e seus recheios figuram a clássica cozinha de boteco. Além da despretensiosa cozinha dos botequins o cardápio carioca recebeu influências de uma época de glamour e acessões políticas, é o caso do Filé Oswaldo Aranha, criado pelo embaixador no restaurante Cosmopolita, próximo ao aqueduto da Lapa.