Cotas nas universidades
Para entender o Sistema de Cotas no Brasil é preciso olhar pelo retrovisor da história para chegarmos a um consenso quanto ao tema que aqui opinarei. Essa temática, do ponto de vista antropológico, não pode ser enxergada apenas do ângulo étnico, mas também do ponto de vista social e histórico. Para este debate não há como explicá-lo sem recorrermos a uma ciência muito específica: a antropologia. Esta ciência, como muitos já escreveram, já consagrou estudos que mostram que a espécie humana não é separada pelos seus fatores genéticos, e que os genes que nos formam, apesar de diferenciarem pessoas pela cor da pele, ou etnia diferente, são insuficientes para podermos selecionar os seres humanos em diferentes "raças".
A adoção das cotas para promover a diversidade dentro das universidades brasileiras passa por diversas compreensões, inclusive indo mais além da minha opinião. No entanto, para contribuir com o debate defendo que esse mecanismo de inclusão social é um grande avanço e resgate histórico da cidadania dos afrodescendentes e dos alijados da economia capitalista, inclusive os mais pobres.
Há muito que estudantes do ensino fundamental, médio e superior têm debatido sobre as grandes tragédias que foram os transportes de escravos para o Brasil, estes transportes, que eram chamados de navios negreiros ou tumbeiros, traziam da África em porões fétidos, quentes ao extremo e de espaços escassos vários irmãos negros para serem massacrados como cativos em Casas Grandes e Senzalas no Brasil. Até mais ou menos ao final do século XIX essa prática era comum em nosso país, ou seja, "em toda a nossa história temos apenas 100 anos de trabalho livre os demais anos foram de regime escravocrata". Muitos foram dizimados, quando não, marcados mental e psicologicamente para toda vida. Isto causou e ainda causa diferenças sociais e raciais no Brasil até os dias de hoje, e nada mais importante que resgatarmos esta