Corrupção - uma doença ambiental
CORRUPÇÃO, UMA DOENÇA AMBIENTAL
RONALD BISPO BARRETO
CORRUPÇÃO, UMA DOENÇA AMBIENTAL
Todo indivíduo quando nasce tem o potencial para, ao longo da vida, agir corretamente. Agir de forma ética. No entanto, à medida que ele entra em contato com as pessoas e o meio que o cerca, este potencial começa a se modelar. Se o meio em que o indivíduo está inserido o estimula a adquirir hábitos virtuosos, atitudes corretas farão parte do seu dia-a-dia. Outrossim, quando cercado por comportamentos viciosos, o distanciamento das atitudes éticas se fará mais prevalente (SANTAYANA, 2010). Atitudes incorretas estão presentes em todos os momentos e setores da sociedade. Mas quando tais atitudes estão associadas ao enriquecimento ilícito, surge a corrupção. Do ponto de vista político, atos corruptos geram consequências em todos os segmentos da sociedade. Países como o Brasil, onde as denúncias de corrupção são cada vez mais frequentes, tornam o ambiente político ainda mais favorável à perpetuação destes atos. As pessoas que vivem sob a ótica deste “vício”, de acordo com SANTAYANA (2010), tornam a sociedade leniente com a corrupção. A corrupção na política desvia verbas e recursos que seriam destinados a setores essenciais da sociedade, como segurança, educação e saúde. Esses atos ilícitos geram ambientes sociais mais vulneráveis, escassos de saneamento básico, com baixa escolaridade, com precário planejamento de urbanização, com aumento de aglomerados populacionais e distribuição desigual de renda. Segundo SETTE (2011), os seres humanos que vivem nesses ambientes vulneráveis apresentam maior probabilidade de ocorrências indesejáveis e de agravos à saúde. De acordo com os números apresentados por SACHS e outros (2013), cerca de 2 bilhões de pessoas vivem em locais com baixos níveis de qualidade de vida, alheios ao desenvolvimento social do mundo. Para retirar esta enorme população da situação de