Corrupção em Moçambique
MAFUA, José Manuel
Análise Geral da Corrupção em Moçambique – Questões intrínsecas recônditas
Moçambique tem feito grandes progressos, particularmente desde a assinatura dos Acordos de Paz em 1992 e, as primeiras eleições multipartidárias em 1994. O país é, em muitos aspectos, uma história de sucesso de desenvolvimento, e o governo e os seus parceiros (os doadores) têm estimulado um crescimento económico impressionante, que tem tido um impacto positivo na redução da pobreza absoluta neste país do terceiro mundo. No entanto, a história de desenvolvimento do país está manchada por uma corrupção generalizada e persistente. Esta corrupção reflecte um sintoma de “desequilíbrios” estruturais da fraca democracia do país, ameaçando deste modo o progresso futuro do mesmo.
Em Moçambique, a corrupção vem se espalhando rapidamente nos últimos vinte anos, e agora atinge praticamente todos os níveis e sectores do governo. A escala da corrupção atinge níveis alarmantes, e constitui um grande risco para o governo democrático emergente no país. A corrupção é tão endêmica que até se tornou “normal” para os cidadãos e empresários que, a fim de terem as suas preocupações resolvidas e terem acesso aos serviços públicos básicos, acabam tolerando este acto imoral.
A corrupção no sector público, por exemplo, tem tido consequências devastadoras sobre a vida económica, política e social do país. Enquanto os funcionários de baixo escalão do governo usam a corrupção para complementar os triviais rendimentos que o estado lhes