Correntes da filosofia africana
6.1.1 0 estatuto da oralidade e a Filosofia em África ur--c„ _p L,33 Ck CY-c∎ Ltc)Ck ) CO (").S ir C) e“ C)C.) (-0.5 Uma das questões mais discutidas entreos pensadores africanos é a questão do estatuto da oralidade tradicional africana. A questão é;_ podem considerar-se filosóficos os provérbios,_ contos tradicionais,_dizeres_ dos sábios africanos,entre outros? Ou melhor, será que os mesmos expressam conteúdos que se podem considerar filosóficos? Uma outra questão que deriva e depende da resposta a esta pergunta é a seguinte: qual é a função dosfilósofos educados profissionalmente perante estes dizeres e provérbios tradicionais? Entre os filósofos africanos de hoje parece haver duas escolas básicas de pensamento acerca deste tema: aprimeira sustenta que a Filosofia africana é um pensamento especulativo que subjaz nos provérbios, nas máximas, nos costumes, etc., que os africanos de hoje herdaram dos seus antepassados através da tradiçãooral. Portanto, a função do filósofo africano, pelo menos no que se refere à Filosofia africana, é a de coleccionar, interpretar e difundir os provérbios, contos folclóricos, mitos assim como outromaterial deste tipo. O representante mais distinto desta escola é John Mbiti, autor do livro African Religions and Philosophy (1969). Um outro aspecto que os filósofos africanos têm debatido é o queparece sustentar que em Africa, embora exista Filosofia, não há filósofos; quer dizer, em África, a Filosofia é integralmente colectiva, comunal e não uma actividade individual. Embora esta leiturapossa caracterizar os tempos idos, dificilmente corres-ponde à. situação da África contemporânea. Esta é, pelo menos a visão da segunda escola de pensamento a qual sustenta que, hoje em dia, a Filosofiaafricana ocupa-se também dos desenvolvimentos modernos no conhecimen-to e na reflexão. Defende que a Filosofia africana é o resultado do pensamento abstracto de pensadores africanos individuais,