correntes ambientalistas
Publicado em: Revista Cotoxó, Jequié-BA, p. 08 - 08, 01 mar. 2011.
No campo ambiental, transitam algumas correntes ambientalistas que evidenciam diferentes formas de o homem perceber e entender o ambiente, as quais são denominadas como “culto ao silvestre”, “evangelho de ecoeficiência” e “ecologismo dos pobres”.
O culto ao silvestre fundamenta-se na defesa da natureza intocada, ou seja, no culto de amor às paisagens (bosques, florestas, rios...) sem relacioná-las aos interesses materiais, e sem se contrapor diretamente ao crescimento econômico, visto que “visa preservar e manter o que resta dos espaços da natureza original situado fora da influência do mercado” (ALIER, 2007, p. 22).
O culto ao silvestre tem por proposta manter as reservas naturais livres da interferência humana e está estruturado na biologia da conservação, assumindo uma posição utilitarista na medida em que aceita a importância do conhecimento e o uso da biodiversidade (LOUREIRO et al., 2009).
O evangelho da ecoeficiência caracteriza-se pela preocupação crescente com os efeitos do crescimento econômico no âmbito da natureza. Está atento para a economia industrial, urbana e agrícola, considerando-se que tem como foco os impactos sobre o ambiente e a saúde provocados pelas atividades industriais, da urbanização e da agricultura moderna. Está pautado na defesa do crescimento econômico, conjugado ao desenvolvimento sustentável, à modernização ecológica e à utilização dos recursos naturais (ALIER, 2007).
Loureiro e colaboradores (2009) sinalizam que tanto o culto ao silvestre como o evangelho da ecoficiência são correntes ambientalistas legitimadas pela ideologia dominante.
Por mais que tenham denominações e idealizações políticas diferentes, as correntes ambientalistas do culto ao silvestre, do evangelho da ecoeficiência e do ecologismo dos pobres podem mostrar desacordos e intercruzamentos e conviver em simultaneidade.
O ecologismo dos pobres também é