corrente holistica
Tamanho da fonte: | |
Imprimir | E-mail | RSS
Pesquisa com embriões
Ética e manipulação genética
Os avanços na pesquisa genética estão permitindo identificar a predisposição a doenças e a intervir nos genes responsáveis ainda na fase de gestação. Estas conquistas das ciências tornam possível o que antes era ficção cientifica: a eugenia, ou seja, a seleção genética de acordo com valores e critérios de cada cultura
por Emilie Guyonnet
Imaginemos um casal capaz de transmitir a seus filhos a predisposição genética a uma doença grave. Deve-se autorizar um diagnóstico pré-natal que permita rastrear a anomalia no feto ainda no útero? E no caso de um embrião gerado em fertilização in vitro, pode-se recorrer a um diagnóstico pré-implantatório?
Para responder a essas questões, é preciso debater a bioética na pesquisa embrionária.
“Polêmica, que polêmica? Todos os especialistas estão de acordo”, contemporizava, em abril de 2008, François Thépot, então diretor-adjunto da Agência de Biomedicina da França.
Naquele período foram realizados diagnósticos pré-implantatórios (DPI) nas cidades francesas de Estrasburgo e Montpellier para evitar o nascimento de crianças com predisposição genética a câncer de cólon. A Agência de Biomedicina havia acabado de publicar um estudo que justificava os fatos1: havia quase 100% de chance de alguns daqueles futuros indivíduos desenvolverem essa doença aos 40 anos.
O documento preconizava também um aumento na predisposição a outros tipos de câncer e a abertura de novos centros de DPI para dar conta da demanda crescente.
“Antes podíamos assumir conscientemente o risco de transmitir essa doença a uma criança porque ela parecia administrável, apesar de se prever uma intervenção no cólon aos 29 anos”, explica um dos pais cuja demanda de DPI foi aceita em razão da predisposição genética. “Mas, atualmente, eu tenho reincidências regulares da doença, o que os médicos consideravam improvável há pouco