corrente do bem
Tudo bem, eu sei que não devemos colocar a culpa em alguém específico. Eu sei que é politicamente incorreto achar um bode expiatório único quando alguma coisa sai errada. Mas é quase inexplicável como Mimi Leder conseguiu reunir tanta gente de talento e prestígio e estragar o filme mesmo assim. Afinal, somente a reunião de Kevin Spacey (Oscar por “Beleza Americana”), Helen Hunt (Oscar por “Melhor é Impossível”) e Haley Joel Osment (o melhor ator mirim do século) já justificaria um grande interesse. Somente a presença destes astros em ascensão já causa uma grande espectativa. Fora isso, a história edificante (menino tenta melhorar o mundo através de boas ações “em corrente”), os personagens complexos (uma mãe alcoólatra, um professor desfigurado e por aí vai) e o roteiro baseado em best seller compõem um material intrigante o suficiente para colocar o talento (e o filme) para funcionar. Ou seja, tinha potencial para dar certo. E não deu.
O que acontece de errado com o filme é que Mimi Leder quer dar uma de “diretora sensível” e tenta fazer o público se emocionar de dois em dois minutos. Em cada cena ela coloca uma música triste, uma fala edificante, uma lágrima escorrendo em algum rosto ou qualquer outro artifício para a platéia se comover. Ao invés de partir para uma linha realista, a diretora opta por açucarar demais todas as