corredor cultural
Corredor Cultural Estação das Artes: dilemas da participação
Wellington Cançado
Praia da Estação, 2011
Foto Wellington Cançado
Difícil não ficar, em um primeiro momento, bastante otimista e empolgado dadas as propostas e os encaminhamentos apresentados por Rafael Barros em nome da Comissão de Acompanhamento do projeto do Corredor Cultural Estação das Artes (1), na noite do dia 28 de maio, no CentoeQuatro. E também feliz, frente à grande quantidade de pessoas presentes e disponíveis para discutir e participar da construção de um outro modelo de política cultural e espaço urbano. Mas principalmente porque as ideias e proposições apresentadas são, sobretudo, estruturais e potencialmente transformadoras das relações e dos espaços e equipamentos públicos localizados na área de abrangência do Corredor, no Hipercentro de Belo Horizonte.
Impossível também, infelizmente, não perceber o quanto essas propostas imaginativas e transformadoras, bem como a participação efetiva dos diversos grupos culturais e movimentos sociais envolvidos, esbarram nas escolhas feitas pelos autores do projeto de desenho urbano, coordenado pelo arquiteto André Buarque. E perceber também como essas animadoras proposições emperram e até retrocedem na medida em que a própria participação dos cidadãos e o acompanhamento da Comissão passam a legitimar tanto a pertinência do Corredor quanto o desenho urbano proposto.
Nesse sentido, para avançarmos, cabe inicialmente perguntar: a quem realmente interessa um Corredor Cultural nos moldes propostos? O que realmente se entende por arte e cultura no âmbito desse Corredor? Qual o papel da Comissão de Acompanhamento para além do mero acompanhamento? E, por último, quais as possibilidades colaborativas e cidadãs não consideradas para o (re)desenho dos espaços propostos pelos arquitetos?
Como apresentado e discutido até então, o projeto do Corredor Cultural Estação da Artes parece ser mais um projeto de