corpo e a patria, resumo
MAGNOLI, Demétrio. O corpo da pátria - imaginação
geográfica e política externa no brasil (1808-1912).
São Paulo : Moderna, 1997.
Luis Fernando Cerri*
Sob o impacto da globalização (que o geógrafo Milton Santos chama com muita propriedade de “globaritarismo”), tanto nos seus aspectos econômicos quanto político-culturais, é visivelmente oportuna uma obra que procura discutir o sentido da nação no mundo contemporâneo, sem deter-se num enfoque presentista ou generalizante, mas optando por uma leitura histórico-geográfica do surgimento (melhor dizendo, criação) da nação brasileira.
Justificar a escolha desse tema, nos dias de hoje, é uma tarefa que exige alguns comentários sobre o papel do Estado nacional num mundo de aprofundamento das relações econômicas internacionais. A primeira justificativa do autor para a permanência da validade dessa temática é a de que, apesar das aparências de uma economia que funciona independentemente dos constrangimentos nacionais, o Estado nacional, mais que vivo, está revitalizado pelas próprias necessidades da economia dita global. Isso se demonstra, por exemplo, pelo fato de que os investimentos públicos continuam variando de acordo com as opções políticas (e não apenas econômicas) das sociedades, e que esses investimentos, em vez de diminuir, têm aumentado ao tempo em que se aprofunda a “globalização”1. Mais importante que isso, Magnoli afirma
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. Professor Assistente do Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino da Universidade Estadual de Ponta Grossa, doutorando em Metodologia do Ensino e membro do Gepememo - Grupo Memória: pesquisa em ensino de História - Faculdade de Educação UNICAMP.
182 ção”1. Mais importante que isso, Magnoli afirma que “(...) o Estado nacional representa a única instância capaz de conduzir o próprio processo de globalização, por meio de decisões políticas cujas conseqüências definem os ritmos e as formas de integração internacional dos mercados.” (p.