Corpo, sexualidade e nudez no processo civilizador do ethos humano ocidental
Quem chegar a pensar que o tema que assinalamos no título deste artigo pode ser esgotado nestas linhas a seguir, além de cometer um grave erro de julgamento, delimita-se a pensar que existem espaços de “verdades instituídas, verdade imutável”. Muito pelo contrario, as reflexões aqui proposta, só tem a humilde pretensão de abrir, novos espaços para a reflexão, não tem nenhuma pretensão em querer impor verdade constituída e menos ainda, verdade imutável.
Segundo Foucault, o conceito de Corpo, sexualidade e nudez é uma invenção do século XVIII. A partir de então os fatos ligados à expressão do sexo e de determinados contatos corporais visando à obtenção/produção do prazer adquiriram um conteúdo específico. Na trajetória ocidental passou a significar uma dimensão da pessoa humana, moderna, ocidental, radicalmente importante para a explicação de quem ela é. O corpo e a sexualidade começam a entrar num diálogo, por vezes conflitivo, mas ao mesmo tempo tentando compreender os espaços de cada dimensão na vida do ser humano.
Por isso, como ponto de partida, ouçamos afirmar que a sexualidade e o corpo não diferem, enquanto problema intelectual, de qualquer outra área do pensar antropológico e sociológico, especialmente que diz respeito à construção cultural do sujeito Ocidental.
De um modo geral, esses temas estão interconectados e vêm sendo trabalhados na antropologia e na sociologia cultural a partir do século XIX de forma concomitante. Entretanto, serão analisados de forma separada, embora sejam acionados alguns aspectos de um e outro fenômeno. Essa interligação, por vezes não resulta fácil para separar os espaços de cada objeto.
Com uma popularidade tardia, o alemão Norbert Elias é considerado hoje um dos grandes nomes nos estudos sobre as redes sociais, que busca compreender a