Cordel como instrumento de comunicação
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Os cordéis em forma de folhetos são tratados como poesias populares. Segundo Mouillaud, a poesia tem maior capacidade de expansão. Após escritas e impressas, as poesias populares conquistam estabilidade e preservação. Mouillaud cita que “O dispositivo não é um suporte, mas uma matriz que impõe suas formas aos textos.”. Compreendemos que o dispositivo é uma base que se coloca como formas ao texto. O suporte é essencial para preparar a emissão da mensagem que será recebida. Para Mcluhan, “O meio é a mensagem.”. A forma como a informação, no caso a poesia, é passada pode sofrer algumas diferenças. No caso dos cordéis cantados, podem haver alterações em seus versos através dos violeiros por suas próprias vontades. Já no caso dos cordéis escritos (folhetos), temos como modelo teórico a mercadoria com a lógica da produção cultural em ter maior impacto em relação a poesia cantada. Os folhetos têm a possibilidade de se tornarem permanentes, poderem ser mais acessados do que as poesias cantadas e não serem alterados. Já Benjamim aborda a literatura de cordel como arte, onde surge assim várias possibilidades para que ela seja transpassada e recriada. Podemos notar então a cultura intimamente ligada a esta literatura, e percebemos então o esclarecimento dessa relação quando é dito: “A mudança dos suportes, passando da voz para os folhetos, da oralidade para a escrita, caracteriza a linguagem dos cordéis por sua proximidade e oferece à poesia novas possibilidades.”. A função e mercadoria são modelos teóricos que se encaixam nas ideias de Pross. Para ele, o cordel tem como importante característica a linguagem que, assim, como o cordel apresenta um processo dinâmico de relações enunciativas. Os diferentes tipos de meios dão a possibilidade de uma simbolização. A literatura de cordel tem sua origem cantada (oral), mas quando ela começa a ser circulada de forma impressa através dos folhetos consegue circular e alcançar muitos lugares e se manter da