coração de tinta
Outro destaque é o tratamento da realidade, da vida e da morte, sem dissimular a ambiguidade do comportamento humano, capaz do pior e do melhor. Uma trama por vezes ingênua, sensível, inclusive previsível, mas que se compensa pela ação, pela aventura e pelas emoções que seus protagonistas enfrentam. Em dado momento da narrativa, a autora, através de Fenoglio, descreve deliciosamente o ato narrativo. Nessa passagem, ela expõe sua visão sobre a criação literária, revelando que o autor nunca desvenda diante do leitor toda a riqueza implícita da história. Há segredos que ele só divide com seus personagens, portanto permanecem nas entrelinhas, não são impressos nas páginas dos livros. Basta que o escritor os conheça. Ilustrado pela própria Funke, uma amostra de como é sua visão de mundo, que, curiosamente, não desenha nenhum personagem humano, somente paisagens e demais personagens não humanos. Uma viagem pelo mundo da literatura infanto-juvenil, uma jornada que se inicia pelas aventuras de Meggie e Mo e também pelo grande número de informações de cada página.