Coordenador de curso: atribuições e desafios atuais
Paulo Roberto da Silva (*)
1 - Introdução
O presente trabalho teve origem na necessidade de se definir com clareza as funções e atribuições dos coordenadores de curso e de avaliação de uma determinada instituição de ensino superior que à época desenvolvia treinamento para seus gestores acadêmicos. A versão inicial foi produzida no final do ano de 2000 e as primeiras listagens de atividades e atribuições do Coordenador de Curso surgiram de inúmeras reuniões de departamento, onde também exercíamos a função de Coordenador de Avaliação. Vários outros departamentos também contribuíram para a elaboração do perfil do coordenador de curso naquela instituição de ensino. Na verdade a idéia foi cultivada por muitos anos após a experiência como gerente do projeto Brazil/MEC/MSU-AID–512-L 090, na Michigan State University, trabalhando na área de planejamento universitário num consórcio com 32 universidades norte-americanas e outras 12 de nosso país. Naquela ocasião quatro fatores importantes do sistema universitário norte–americano chamaram nossa atenção. O primeiro era a existência de gestores da educação superior atuando em todos os níveis da administração universitária. Eram profissionais de gestão universitária, ocupando cargos desde a reitoria até os escalões inferiores. Os bons reitores eram muito disputados e tinham contratos milionários. O segundo fato observado foi que os cursos de graduação eram bastante genéricos e a especialização profissional se dava na pós- graduação que, por sinal, já era bastante desenvolvida no final da década de 1970. Nesse particular, naquela época, não existiam cursos de graduação em Administração. Havia apenas cursos de pós-graduação, os MBA, destinados a qualquer profissional graduado que quisesse se especializar em gestão de empresas, geralmente a sua própria e no ramo de sua graduação. O terceiro fato marcante era a grade curricular dos cursos de graduação que