Cooperação Contínua em uma Organização Aprendiz
As competências coletivas não podem ser construídas no quadro de cursos de formação tradicionais, nem no quadro de funcionamentos habituais nos estabelecimentos escolares. Daí a idéia de concentrar os esforços na implementação de um projeto de estabelecimento que será concebido e desenvolvido de maneira a permitir às pessoas, que dele fazem parte, evoluir para uma "organização" ou "comunidade aprendiz”.
Deverá criar uma nova cultura, antítese do individualismo; construída em situação.
Supõe que os professores sintam-se coletivamente responsáveis pelos resultados dos seus alunos e também pelo seu próprio desenvolvimento profissional:
explicitando e confrontando seus pontos de vista; explorando coletivamente novas vias didáticas e pedagógicas; avaliando de maneira permanente a progressão dos seus alunos; verificando a pertinência e a coerência das abordagens escolhidas.
Isso os leva a continuamente mobilizar e desenvolver “na ação” os saberes de ação e inovação indispensáveis para enfrentar os problemas e os desafios que lhes reserva o ambiente complexo no qual exercem seu ofício.
A conduta de projeto não é um fim em si, mas, a nosso ver, um dos componentes do desenvolvimento profissional que transforma os professores em atores da construção do sentido da mudança e de sua implementação. Essa exigência leva a recusar forçosamente as metodologias simplistas, a não omitir a complexidade e a fragilidade das trajetórias do projeto em suas dimensões sociológicas, psicológicas e antropológicas.
Um projeto de estabelecimento ancora-se principalmente: em um projeto educativo mais ou menos conceitual; na história e nas representações dos atores; na análise que a equipe faz da situação presente, do contexto sóciopolítico (a disposição das autoridades de sustentar o processo em curso, o clima mais ou menos favorável à mudança), do ambiente social próximo (relações com os pais, com o bairro), do apoio ou