Coodepedencia
6457 palavras
26 páginas
Revista Brasileira de PsiquiatriaRev. Bras. Psiquiatr. v.30 n.1 São Paulo mar.2008 doi: 10.1590/S1516-44462008000100013
REVISÃO
Revisão: funcionamento executivo e uso de maconha
Priscila Previato AlmeidaI; Maria Alice Fontes Pinto NovaesI; Rodrigo Affonseca BressanI; Acioly Luiz Tavares de LacerdaI, II, III
ILiNC - Laboratório Interdisciplinar de Neurociências Clínicas, Departamento de Psiquiatria, Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo (SP), Brasil
IIInstituto Sinapse de Neurociências Clínicas, Campinas (SP), Brasil
IIICentro de Pesquisa e Ensaios Clínicos Sinapse-Bairral
Correspondência
RESUMO OBJETIVO: A maconha é a droga ilícita mais consumida no mundo, porém ainda existem poucos estudos examinando eventuais prejuízos cognitivos relacionados ao seu uso. As manifestações clínicas associadas a esses déficits incluem síndrome amotivacional, prejuízo na flexibilidade cognitiva, desatenção, dificuldade de raciocínio abstrato e formação de conceitos, aspectos intimamente ligados às funções executivas, as quais potencialmente exercem um papel central na dependência de substâncias. O objetivo do estudo foi fazer uma revisão a respeito das implicações do uso da maconha no funcionamento executivo. MÉTODO: Esta revisão foi conduzida utilizando-se bases de dados eletrônicas (MedLine, Pubmed, SciELO and Lilacs). DISCUSSÃO: Em estudos de efeito agudo, doses maiores de tetrahidrocanabinol encontram-se associadas a maior prejuízo no desempenho de usuários leves em tarefas de controle inibitório e planejamento; porém, este efeito dose-resposta não ocorre em usuários crônicos. Embora haja controvérsias no que se refere a efeitos residuais da maconha, déficits persistentes parecem estar presentes após 28 dias de abstinência, ao menos em um subgrupo de usuários crônicos. CONCLUSÕES: Os estudos encontrados não tiveram como objetivo principal a avaliação das funções executivas. A seleção de testes