Conviver para crer
Chimamanda Adichie, escritora africana, trabalha em cima desse discurso, quando fala de uma história única, inventada por um indivíduo e partilhada por toda uma civilização, leiga nos aspectos culturais envolventes, pronta para se espantar ao menor sinal de novidade, no momento que se depara com a realidade desconhecida.
São os chamados antropólogos de gabinete quem disseminam inverdades sobre determinadas culturas, viciando o restante da sociedade a suposições, repletas de achismos, baseados no que se ouve sobre. É um recheado de informações mexeriqueiras, que não buscam fatos correspondentes, apenas divagar sobre possibilidades.
Mesmo uma pesquisa de campo não se torna eficiente, uma vez que dados são coletados sem a proximidade com a cultura local. A ideia funcionalista prevê um convívio social com a cultura diferente, no intuito de que haja um reconhecimento territorial a partir de um envolvimento contínuo com a sociedade estudada. Assim, certas generalizações cairiam por terra, amenizando o preconceito cultural.
Estudar a evolução humana é um passo forte para entender o porquê de determinados costumes, evitando o julgamento precoce e, mais do que isso, as concepções infundadas sobre culturas diferentes da nossa. Como bem colocado por Adichie, essas coisas acontecem também por uma questão de supremacia, excluindo os menos favorecidos, posto que suas obras não possuem investimentos para chegar até mercados externos. Sendo assim, a divulgação cultural limita-se a impressões de terceiros, muitas vezes alheios a tudo o que acontece ao povo local.
A antropologia é necessária para construção de conceitos que visem o reconhecimento do homem e suas diferenças culturais, contudo deve ser