Convite a filosofia - marilena chauí
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O senso comum de nossa sociedade é subjetivo e exprime sentimentos e opiniões individuais e de grupos, variando entre pessoas e por isso levam uma avaliação qualitativa. Agrupam-se ou distinguem-se conforme suas semelhanças ou diferenças. São individualizadores, mas também generalizadores, pois tendemos a reunir coisas e fatos julgados semelhantes. No senso comum, não se surpreende nem se admiram com a regularidade, constância, repetição e diferença das coisas. Costumam projetar nas coisas ou no mundo sentimentos de angústia e de medo diante do desconhecido.
O conhecimento científico é objetivo, pois procura as estruturas universais e necessárias das coisas investigadas. É quantitativo, ou seja, busca padrões e critérios de avaliação e comparação. Busca leis gerais de funcionamento dos fenômenos, que são as mesmas para fatos que nos parecem diferentes. E, além de generalizador, característica que reúne individualidades sobre as mesmas leis, mostrando que possuem a mesma estrutura, é diferenciador, pois não reúne por semelhanças aparentes, mas distingue os que parecem iguais, desde obedeçam a estruturas diferentes. Procura mostrar o extraordinário, aquilo que não é comum e ainda não foi explicado. O trabalho científico resulta de um trabalho lento e paciente de investigação e de pesquisa racional, aberto a mudanças, não sendo nem mistério, nem uma doutrina geral sobre o mundo. A ciência, de acordo com o texto de Marilena Chauí, distingue-se do senso comum por que este é uma opinião baseado em hábitos, preceitos, tradições cristalizadas, enquanto o primeiro baseia-se em pesquisas, investigações metódicas e sistemáticas e na exigência de as teorias sejam coerentes e digam a verdade sobre a realidade. Apesar de maiores diferenças, esses dois métodos também possuem semelhanças. Os dois surgiram como uma necessidade de explicar o mundo e são generalizadores, apesar de o fazerem de maneiras diferentes: o senso comum generaliza, pois tende