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RESENDE, Tânia F. – FaE/UFMG – taniaresende@fae.ufmg.br
GT: Sociologia da Educação – n. 14
Agências Financiadoras: PRPq/UFMG; CNPq; FAPEMIG
1. Introdução
Neste trabalho serão discutidos resultados parciais de uma pesquisa sobre concepções e práticas escolares e familiares em relação ao dever de casa. Destacar-se-á um conjunto de dados que indicam um consenso, entre as famílias investigadas, em torno da importância dos deveres e do seu acompanhamento pelos pais, no processo de escolarização. Tem-se, como objetivos, apresentar esses dados, confrontá-los com outros resultados de pesquisa e problematizar, a partir de contribuições teóricas da
Sociologia da Educação, seus possíveis significados. Considera-se que tal proposta ganha relevância à medida que, para além do dever de casa propriamente dito, procurase colocar em discussão os próprios sentidos da escolarização na sociedade contemporânea. O dever de casa é aqui considerado como toda atividade pedagógica elaborada e proposta por professores, destinada ao trabalho dos alunos fora do período regular de aulas (Franco, 2002). Inclui, assim, exercícios escritos, leituras, pesquisas, resolução de problemas, atividades práticas, dentre outras. Dessa forma, o dever de casa é, por um lado, um dos dispositivos curriculares por meio dos quais a escola concretiza seu trabalho pedagógico. Por outro lado, como tarefa a ser realizada geralmente em casa, ele permeia também o cotidiano das famílias, redefinindo, em certa medida, o lar como uma extensão da sala de aula e constituindo, para alguns autores, o principal meio de interação família-escola (Carvalho, 2001).
A prescrição de atividades escolares a serem realizadas no espaço doméstico e o envolvimento da família com tais tarefas não constituem uma especificidade dos tempos atuais. Entretanto, é a partir das últimas décadas do século XX que se vai observar um movimento mais intenso de imbricação