CONVERG NCIAS E DIVERG NCIAS ENTRE AS DOUTRINAS POL TICAS DE MAQUIAVEL E THOMAS HOBBES
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CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS ENTRE AS DOUTRINAS POLÍTICAS DE MAQUIAVEL E THOMAS HOBBES.1. INTRODUÇÃO.
Distanciados por mais ou menos um século e meio um do outro, foram publicados dois tratados clássicos da ciência política: um na Itália e o outro na Inglaterra. Um intitula-se “ O Príncipe”, de 1513, de autoria do escritor florentino Nicolau Maquiavel e o outro chamou-se “ O Leviatã”, de 1650, do pensador britânico Thomas Hobbes. Vivia-se na época da afirmação do poder monárquico absoluto, período conturbado onde as forças feudais e populares recrudesciam a disputa pelo controle sobre as monarquias nacionais, gerando permanente instabilidade, daí ambos defenderem, de maneiras diversas, o fortalecimento do poder do estado.
O presente trabalho tem por finalidade apresentar as principais ideias convergentes e divergentes entre os respectivos autores por intermédio da análise de suas obras.
2. DESENVOLVIMENTO
2,1. Doutrina Política de Maquiavel (O PRÍNCIPE)
Para Maquiavel as coisas da política não seriam atribuição da Igreja, que devia limitar-se aos assuntos espirituais, nem da vontade popular, mas sim do Príncipe (o Soberano), ou seja, qualquer que assumisse controle do Estado e exercesse o poder em seu nome. Ele deveria reunir para si uma série de condições, tal como concentrar a astúcia da raposa e a coragem do leão, inclusive ser dissimulado e mentiroso se a segurança do estado assim o exigir. E deveria, também, eliminar, sem contemplação ou hesitação, tudo aquilo que possa ameaçá-la, preferindo ser temido do que amado, pois ele sempre teria em conta a natureza contraditória do homem .
O Príncipe não hesitaria em recorrer ao crime se fosse necessário, mas deveria respeitar os bens alheios, posto que os homens esquecem mais rapidamente a morte do pai do que a perda de seu patrimônio" ("O Príncipe", cap. XVII). A sua política deveria orientar-se sempre pelos critérios da eficiência, daquilo que ele chamava de pragmatismo: "Procure, pois, um príncipe, vencer