2. Ideário filosófico de John Locke Inscrito no círculo daqueles que não aceitavam a verdade como dada no sujeito, mas que depende do objeto pela experiência individual e a natureza a fonte de todo o conhecimento, tem o plano da multiplicidade como base do seu pensar. Sua teoria do conhecimento está exposta na obra Ensaio sobre o entendimento humano, que está dividida em 4 livros: No primeiro Livro, trata da refutação do inatismo, em que afirma que as capacidades são inatas, mas o conhecimento é adquirido. Assim, se certos princípios fossem inatos, deveriam subsistir na mente de todos os homens e orientar todas as suas ações, mas a história prova o contrário. Denuncia também que o inatismo leva seus adeptos a aceitarem certas doutrinas sem discussão, sem exame. No segundo Livro, aborda a origem das idéias, afirmando ser a mente humana um papel em branco à espera de inscrições e experiência (sensível e reflexiva), a fonte do conhecimento. Também classifica as idéias, percepções presentes na nossa mente, em simples, derivadas unicamente da sensação e da reflexão, não podendo ser criadas nem destruídas, senão que relacionadas e complexas, produto de nossa mente, representam classificações. No terceiro Livro, discute os problemas da linguagem (erros e exageros), seu significado e classificação, uma vez que as palavras resultam da necessidade de comunicação e representam idéias. Apresenta possíveis soluções, a fim de evitar confusões, tanto na esfera das relações sociais, como na esfera gnoseológica. No quarto Livro, trata da distinção entre conhecimento e opinião, apontando que o conhecimento nada mais é que “A percepção da conexão e acordo, ou desacordo e rejeição, de quaisquer de nossas idéias” (LOCKE, 1988, p. 135), sendo que onde não há percepção, há apenas opinião. Atenta também para o fato de que não devemos assentir qualquer opinião sem antes julgá-la à luz da razão, de forma sagaz e metódica, evitando, dessa forma, os abusos e