Controle de oxigênio dissolvido
As pectinases são aplicadas na indústria de vinhos e sucos na redução de turbidez e viscosidade destes produtos. Estas enzimas podem ser produzidas por fungos filamentosos como Aspergillus oryzae. Nos cultivos fúngicos, em processo submerso, a disponibilidade de oxigênio dissolvido é um fator fundamental, podendo interferir no crescimento e na produção de pectinases. A baixa solubilidade do oxigênio em água dificulta a sua transferência da fase gasosa para a líquida, principalmente em presença de pectina, que eleva significativamente a viscosidade do meio. Neste contexto, este trabalho objetivou avaliar a produção de pectinases por A. oryzae IPT 301, procurando-se facilitar o controle da concentração de oxigênio dissolvido no meio, pela adição da pectina após o período de mais intenso crescimento celular. Os experimentos foram realizados em biorreator de bancada, dotado de sistema automático de controle da concentração de oxigênio dissolvido. O meio de cultivo continha extrato de farelo de trigo, glicose, sais e extrato de levedura. O crescimento celular foi avaliado por gravimetria, os açúcares redutores totais por DNS e a atividade de pectinases pela redução de viscosidade de uma solução padrão de pectina. A fim de possibilitar o controle do percentual de oxigênio dissolvido (pO2) em mínimo de 30% da saturação – em função de alterações da frequência dos agitadores e do fluxo de aeração - o indutor foi adicionado às 24h de cultivo. No ensaio controle, a pectina estava presente desde o início do processo, o que impediu o controle de pO2, obtendo-se pico de biomassa (4g/L) em 23h e de atividade enzimática (25U/mL) em 72h. Já no processo em que houve o controle de pO2, a biomassa foi estimada em 6g/L, em 42h, e o pico de pectinases em 100U/mL, em 160h. Os tempos para atingirem-se os picos de biomassa e pectinases no segundo ensaio foram superiores,