CONTRIBUIÇÕES DE PAULO FREIRE PARA O EJA
Márcia Rodrigues Neves Ceratti*
INTRODUÇÃO
Propõe-se debater neste texto as Políticas Públicas para a Educação de Jovens e
Adultos, fazendo um recorte de algumas delas, consideradas mais relevantes. Parte-se da idéia de que é importante conhecê-las para transitar no seu universo. É neste horizonte que se procura revelar o contexto que são elaboradas e quais as intenções implícitas e explícitas contidas em seus textos.
A história da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil de acordo com Soares
(2001, p. 201) “se insere nesse contexto: em meio à sua desvalorização e à indiferença, convivemos com numerosas iniciativas e consolidação de propostas em seu âmbito”.
Observa-se a atuação de movimentos sociais e populares em experiências educativas, destacando-se também a presença dos meios acadêmicos. Estas iniciativas são caracterizadas por denso universo, atravessado por possibilidades e necessidades variadas em que o processo de alfabetização e escolarização não se completam.
Pode-se dizer que pouco se fez no sentido de atender adultos que tentaram muitas vezes voltar para a escola, pois os programas voltados à EJA no Brasil tornaram-se reféns de uma situação que durante décadas fez desse assunto um discurso político rentável e desconectado de compromissos reais
Nesse sentido Torres (1994 apud HADDAD 2001 p. 198) afirma que:
As reformas educativas, na verdade, vêm dando ênfase aos aspectos econômicos e de controle administrativo. Importa mais a formação da mão-de-obra para o capital do que formação do cidadão para a sociedade. Importa mais o ajuste
*Professora Pedagoga participante do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), SEED/PR. 2007.
Orientanda da professora Janira Siqueira Camargo- Departamento de Teoria e Prática da Educação (DTP/UEM,
Maringá). Co-orientanda da professora Fátima A. S. Francioli- FAFIPA/Paranavaí.
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econômico dos sistemas escolares públicos