Contribuição Ribeiriana
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...Enquanto eu for ser vivente
Vou fazer o meu banzé
Irei pelejar com fé
E ter o coração valente;
Ser amigo desta gente
De cultura e de valor!
Ao meu Brasil sonhador
Toda a minha lealdade
Mesmo sem ter faculdade
Pra diplomar cantador!
...
Seu Ribeiro
Desafio: Compadre Lemos X Seu Ribeiro
LEMOS
Não sou nordestino nem sou cangaceiro
Pois eu sou de Minas, sem mar e sem cais.
Mas sou cantador, como foram meus pais,
Agüente o tranco de um bom mineiro.
Eu nunca cantei para ganhar dinheiro
Meu verso só serve pra desafiar.
Então, cantador, você vai encarar
Quem chega de fora, e vem provocando?
Se não tem coragem, eu sigo rimando,
Propondo um galope, à beira do mar!
RIBEIRO
Nasci como nasce qualquer pecador
Distante da praia, em Minas Gerais;
Eu sou da cidade, nortista é meus pais,
Mais tenho o legado que um bruxo deixou.
Pra arranjar intriga e abater cantador,
Eu já sou de casa, vim me apresentar
Pra mode sua crista um pouco abaixar.
Meus versos me servem pro que eu quiser;
Pra ganha dinheiro, cachaça ou mulher
Fazendo um galope à beira do mar.
LEMOS
A coisa tá boa e vai ficar melhor
Parece que enfim eu topei um poeta
Aqui, um pedala outro é bicicleta
E seu verso fraquinho eu já sei de cor.
Meu verso é poder, é martelo de Thor
Segura, seu mano, para não chorar
Aprende ou se cala, porque vou rimar!
A sua coragem, no entanto, eu louvo:
Pintinho poeta, na casca do ovo,
Cantando galope na beira do mar!!!
RIBEIRO
Comigo na bala, tu canta mió,
Que contigo bato de peito aberto;
O seu canto torto com jeito acerto,
De cor e salteado, na escala maió.
Bater num coitado, às vezes, dá dó,
Mas o galo, com o tempo, precisa apanhar
E ir pra panela pra num esperdiçar.
Ainda sou moço, mas tenho mistério
Pra te capinar, capim de cemitério,
Fazendo um galope na beira do mar.
LEMOS
Compadre, desculpe a minha demora
Trabalho me prende na segunda feira.
Mas cedo ou tarde, com rima certeira
Te pego de jeito,