Contratualismo
Rousseau defendia a tese de que existem certas habilidades do homem como o seu poder de organização e a capacidade de adquirir aprendizados, que só podem se desenvolver se estiverem inseridas em algum tipo de organização política democrática. Existem duas maneiras nas quais podem se diferenciar os homens, sendo elas a desigualdade natural e a política. A desigualdade natural caracteriza-se pelas diferenças do corpo, na força, idade e etc.. já a desigualdade política, existe por uma dada convenção que consiste em alguns homens usufruírem de privilégios providos por um grau de status maior do que tem os outros, causando muitas vezes um prejuízo para os menos afortunados ou menos poderosos, ou seja, as distinções entre ricos e pobres, poderosos e subordinados.
Tendo isso em mente, acredita-se que a ordem social, provinda do contratualismo, só pode ser justa se os interesses dos ricos e dos pobres, mesmo que divergentes, não influenciem na tomada de decisão final, porque, mesmo que ambos quisessem algo que não interessa ao outro, eles deveriam ser capazes de colocar as duas diferenças de lado e pensar racionalmente no que seria benéfico para todas, mesmo que isso significasse ter que abrir mão de parte do que se desejasse. Isso só seria possível se as partes contratantes não pudessem distinguir classes na celebração do contrato, ou seja, se as posições sociais das partes não fossem reveladas ou se existisse de fato uma igualdade absoluta entre ricos e pobres.
Rousseau baseia-se nesse pensamento, de que não existem ricos e pobres, mas sim homens, vistos igualmente do ponto de vista histórico e morfológico, que sofrem negativamente com um estado e se unem numa ação coletiva em prol do bem comum. A sociedade que celebra o contratualismo é um conjunto de indivíduos, mas o resultado da ordem é uma comunidade política com uma vontade única, convivendo como cidadãos e