Contraposição entre a ética medieval e a ética de Maquiavel
A filosofia clássica sempre buscou uma fundamentação teórica da ética para encontrar o melhor modo de viver e conviver, buscando sempre o melhor estilo de vida, levando-se em conta a vida privada e também a vida pública. Para a filosofia, a ética não se resume a moral (compreendida como “hábito” ou “costume”). A ética procura abranger campos direta ou indiretamente ligados ao que pode influir no modo de viver ou no estilo de vida.
Uma das características de toda a história da humanidade é a mudança. Os valores, tradições e costumes de um povo se alteram no decorrer do tempo, E suas concepções de certo e errado se alteram também. A ética, como resultado das concepções de um povo, não é imune as alterações temporais.
A ética medieval
Na Europa Ocidental durante a Idade Média, houve a dominação do catolicismo, em que a ética estava vinculada com a religião e com os dogmas cristãos. Entre as diversas concepções filosóficas que influenciaram o conceito de ética medieval, vale destacar as ideias de Santo Agostinho, Santo Anselmo e São Tomás de Aquino.
Santo Agostinho
Para Santo Agostinho a verdade era uma questão de fé, algo revelado por Deus, que superava a razão e que subordinava o Estado e a política à autoridade da Igreja. Existia também a subordinação da ética à moral;
O catolicismo alterou a ética e introduziu a ideia de que a bondade, uma vida virtuosa era possível de ser alcançada apenas pela vontade de Deus. Acreditava-se na renuncia ao prazer e satisfação a tudo que era terreno e material, incentivando praticas como celibato e jejum.
A concepção de que a vaidade era pecado fez com que a moral se torna-se mais importante que a ética na Idade Média. O martírio significava valorizar a dor em nome da fé, agindo de acordo com a vontade de Deus, mesmo que isso contrariasse a razão, seguindo os dogmas da Igreja, independente do que era